Entre Buracos - 30 de novembro







Um encontro de transbordamentos.
Daqueles que quando chove muito, brotam coisas à superfície. 
Urgente, vira poça, vala, riacho… escorre de algum buraco. Brota e vai para algum outro...

O quê carrega este carrinho de feira e de vó? Em seu vazio, rosas ainda. 
Chacoalha no tempo e na pedra portuguesa. Vibra sonoramente. Sincopado como samba, fundado no espaço vazio. 

nos Bons-Modos encontramos Subversão; 
na Academia, Prostituição; 
no Constrangimento, Afirmação; 
Tropicalismo…Tropicalistas!


- Vacas de divinas tetas!!!
- Quem diz?!


Àquele machista de olho vidrado e sem reparo:  A(r!)risco rrrrosnar! 

- Salve, as professoras-putas e putas-professoras a sair no carnaval de 2016!

Escorremos pelo primeiro encontro de Tarso e Conceição. À espreita pelo beco da escola, à procura da empada que acabara. Respingos. Rastros de pétala na pedra até o Escorrega...hoje São Jorge é Molhado! A praça do jogo da bola com
                                                            som de progresso
                                                                                    a correr intenso e contínuo…
                                                                                                                             É muita água
                                                                                                                                                  Demora…

- Ei!

Brinca, rola, olha. Olha estranho o gari simpático de todo dia. Isola: a bola. Desenrola bicho a se orientar pelo som. Espiralar com o chão até sobrevoar a Baía de Guanabara. Como o céu goteja se não molha? Pernas ao alto! Gatxs que gostam de se banhar… Banho interno que escorre pela coluna.  

- Tira esse olho do que não é seu: nem isso, nem aquilo, Nem! 
                                                                 

Esc o lh o
o que dar
vender
a quem.
quando, onde, como e etc. Observatório

Da dança na praça, a dança de um pé-seguido-de outro pé. Mais um altar, a casa do estudante, a pedra do sal, dos buracos e da vala - que é fenda, veia na pedra. 



Toco horizonte infindo da paisagem colada, remendada, repleta de cheiros, memórias e energias. Já cruzamos com Trisha Brown no alto daquelas lajes. Daqui, olhavam os meninos. A Laura trans-borda na pedra e mergulha na paisagem: fluxos e casas de vó, de famílias, casas de ninguém. Paredes pichadas e lambidas. O coqueiro repousa entre pessoas até que carrinho se inclina, precipita… 
Quer que eu carregue um pouco?

As rosas descem com a água limpa a correr pela fenda pipocada de buracos. São muitos e cilíndricos! Escorrego na pedra e encontro o sorriso da moça que descansa do al(moço). Há desvio para o buraco da fechadura. No caminho, olhos apontam, condensam. Não consigo encontrar. O espaço transborda. As paredes de pedra verde nos acompanham até aportar. Nas rosas, me despeço estranha e aguada, a deslizar pela cidade...
     




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