Caminhada lenta de mãos dadas com o c.e.m









Caminhar lentamente para estar com em tempos sombrios.






O silêncio – a desarticulação da linguagem- aparece como única expressão para brutalidade das ações que - tanto aqui quanto lá – estamos vivendo. Ações de ameaça e de extermínio do nosso corpo físico, do da Marielle  e de outros corpos que dão acesso à vida como é o caso do c.e.m.
Mas depois do silêncio vem a luta, e ela chega de modos variados... lambendo as feridas vamos nos reconectando coletivamente e fortalecendo as alianças. Vamos às ruas e somos muitas! Vamos às ruas pra chorar, pra gritar e para caminhar muito lentamente em sincronia intergalática.


A dança que é para ralentar o passo e o olhar.
Ver o verde que engole o sinal de trânsito, 
sentir o vento que desequilibra o passo
Só poesia nasce nesse compasso
É tempo de descoisar o mundo.
Como atravessar a rua nesse passo?
O problema está posto, não há solução
Têm-se que seguir.
Vi 30 no relógio
Sinto os 38 no corpo
Ele acelera, segura e solta
Não abre mão da ida
Mas senta
E nessa mudança de ritmo a escrita aparece
Perguntando o que é experimentar a velocidade.
O meu passo lento empurra o chão pra trás
Os nossos passos lentos fazer a terra girar na nossa rotação.


O c.e.m resiste!
Marielle vive!

Lidia

(fotografia Tamara)

Comentários

Postagens mais visitadas