abrir brechas no corpo da cidade


Uma das inquietações que nos uniu no Núcleo foi o interesse por uma dança que pudesse ser dançada em qualquer lugar, sem necessidade a priori de figurino, cenário, iluminação ou trilha sonora. Interessava-nos compor uma dança comum que não se limitava à composição coreográfica, uma dança que não se discernia da vida, um passo-caminhar que não se distinguia de um passo- coreografia. Além disso, como pesquisadoras em dança, instigava-nos sair da sala de aula e pular os muros da Universidade, nos interessava estar na rua, fazer dança na rua e/ou em outros espaços públicos. Nossos corpos queriam dançar a vida, dançar na rua, agir com o corpo na cidade. Aos poucos fomos entendendo que nosso pequeno gesto de vagar sem intenção e sem destinação pelas ruas com nossos corpos dançantes de mulher era um ato político. Ser mulher que vaga, que dança na rua e que está à deriva e em devir com o espaço da cidade nos parecia uma coreografia que nos fazia sentido.

https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2237-26602018000200323&lng=en&nrm=iso&tlng=pt


Comentários

Postagens mais visitadas